Doméstica junta dinheiro para reformar casa e projeto ganha prêmio mundial de arquitetura
Alguns anos atrás, a casa dessa empregada doméstica chamada Dalvina Borges, conhecida como Dona Dalva, estava com diversos problemas estruturais, chegando a um estado preocupante. Depois de passar por uma reforma impressionante, o projeto chegou a vencer o prêmio internacional Building of The Year, promovido por um dos sites mais importantes de arquitetura.
A casa mal estruturada havia aguentado mais de 25 anos, comprada no final dos anos 90, mas acabou desmoronando depois de uma tempestade em 2013. Dona Dalva estava tomando banho quando ouviu um barulho que chamou sua atenção. Ao chegar em seu quarto, a diarista descobriu que parte do teto desabou em cima de sua cama.
“Quando cheguei no quarto, aquele cenário, uma fumaça. Os pedaços de concreto estavam em cima da cama. Demorou um tempo pra ficha cair que tudo aquilo poderia ter ido em cima de mim“, relatou Dalvina. “Por sorte não pegou ela. Foi o alerta de que precisávamos resolver a situação“, relembrou o filho, Marcelo.
Então, dado a urgência da situação, Marcelo arranjou uma equipe de arquitetos que cumpriu muito bem o desafio de reconstruir o imóvel dentro de um orçamento apertado de R$ 150 mil. A quantia foi uma junção dos R$ 100 mil que a diarista juntou durante toda a vida, com uma adição de R$ 50 mil de presente do filho.
Graças à uma indicação da ex-mulher, Marcelo entrou em contato com os profissionais Danilo Terra, Pedro Tuma e Fernanda Sakano, sócios do escritório de arquitetura Terra e Tuma. Rapidamente, eles montaram um projeto que cabia no bolso de Dona Dalva e cumpria todos os seus requisitos. “Uma das virtudes deste caso foi o impulso do Marcelo em ter procurado um escritório de arquitetura, cujo trabalho costuma ser vinculado aos altos custos“, explicou Pedro. “Eles fizeram uma proposta coerente e solicitaram um imóvel com dois quartos, sala, banheiro e área de serviço.”
A casa de 95m² conta com uma decoração na pegada industrial, aproveitando os blocos de concreto aparente para abaixar os custos da obra. Os principais cômodos ficam no andar inferior para evitar o sobe e desce, o que seria cansativo para Dalvina, que está no auge de seus 78 anos.
Ainda assim, em entrevista ao G1 em 2016, a diarista havia contado que não acostumou com tanta modernidade. “A parede eu até acho bonitinha, mas esse chão dá a impressão que é sujo. Quero colocar um piso branquinho para dar uma aparência mais alegre“, revelou.
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